terça-feira, 4 de agosto de 2015

Um outra resposta

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Sim, há 2 leituras. Uma bem mais objetiva (a minha) e outra bem mais subjetiva (a sua). Mas veja q sua leitura é produto de sua visão, q parte de seus paradigmas. E seus paradigmas não são comuns a mim, ou seja, partem de experiências q são suas, somente suas. Então perceba, aqui, o nascimento de uma espécie de (desculpe) loucura. Ou seja, a conexão do q é dito em um universo real e objetivo com o que é dito em um universo subjetivo q ñ é necessariamente real (é real porque existe dentro de vc, claro, mas falo de outro tipo de "real", um real objetivo, padronizado, no sentido de não depender da relatividade das impressões).
Então acho importante falar de leituras. Farei uma análise simplificada, então desconsideremos os meandros.
 E me desculpe se eu for de alguma forma repetitiva, mas isso precisa ficar bem claro.

Vamos imaginar um homem (só um exemplo; não falo necessariamente de vc, pois não posso avaliar suas experiências, q não conheço) chamado H99, pouco carismático, tímido e retraído, que nunca recebeu carinho na vida, exceto da mãe. Então sabe reconhecer carinho, pois ñ lhe é algo estranho. Ele associa carinho a amor, pois sua mãe o amava e é a única forma de carinho q conhece. Um dia, encontrou Raimunda, q lhe tratou carinhosamente (sendo q na verdade ela era delicada e agia assim com todos). Em sua subjetividade, ele interpreta q ela o ama. Chamemos tal situação de caso C99. Essa é a realidade subjetiva de H99 (vamos dar o nome a essa realidade de R99).

Agora, outro caso. Alguém (H00) de carisma extremo q sempre recebe demonstrações de carinho de todos e q por isso encara o carinho como algo gratuito e natural, não necessariamente ligado ao amor mas tb à simpatia. É rodeado de mulheres delicadas e amorosas. Um dia, encontrou Raimunda, q lhe tratou carinhosamente (sendo q na verdade ela era delicada e agia assim com todos). Ele não interpreta q ela o ama só por causa de seu carinho e delicadeza (caso C00), pois outras pessoas sempre lhe trataram assim. Chamemos suas impressões de R00.

Raimunda é a mesma, mas suas atitudes são interpretadas de forma diferente por H00 e H99. H99 tem uma percepção distorcida da realidade, dada a limitação de suas experiências e de suas percepções do mundo (nem sempre precisamos viver experiências para ampliar nossos parâmetros e paradigmas; boas leituras, bons filmes e uma mente flexível contribuem para esse processo).  O fato é que H99 julga precipitadamente. Isso é um problema para ele, pois... eu não contei aqui, mas... ele faz isso com várias pessoas e em várias situações.

Imaginando q os casos C99 e C00 são reais, podemos entender q R99 e R00 são reais dentro de um universo de subjetividade, ligado a impressões q dependem de experiências/percepções. Isso pode ser muito válido na construção de um mundo interior; pois temos o direito de ter nossas percepções - e elas não são necessariamente ruins; pelo contrário, são muito ricas. Então H99 e H00 são singulares, não devem ser padronizados, suas percepções são exclusivas e não precisam deixar de ser. Mas eles precisam se comunicar com as pessoas, entendê-las e evitar ao máximo imaginar coisas por conta de ilusões causadas por suas subjetividades.

Vivemos em um mundo em q as pessoas (pelo menos as mais inteligentes) tentam se entender. Para conseguir isso, devem usar códigos comuns a todos, sejam verbais ou de qualquer outra natureza. Dessa necessidade surgiu, por exemplo, no campo da fala, as línguas clássicas (Português, Inglês). Foi necessário padronizar a comunicação em significados mínimos q se ligassem a uma realidade q pudesse ser compreendida por todos. Assim foi com as línguas clássicas e assim é com a lógica e com certos comportamentos, tudo dizendo respeito a um padrão. Esse padrão de realidade, portanto, sustenta as comunicações na sociedade e, para efeito didático, chamemos-na de R123. Então, resumindo: a R123 é a realidade normal, a visão padrão, porque comum a todos, q pode ser entendida por mim, por vc e por qualquer outra pessoa da mesma maneira. A R123 usa uma linguagem q não é apenas léxica, ela deve permear tudo, inclusive gestos e olhares - resguardadas as pequenas diferenças, que são aceitáveis e mesmo inevitáveis, mas que não prejudicam o entendimento das mensagens. Tudo deve se pautar em uma verdade universalmente válida, ao menos no campo das comunicações em geral. E nesse campo,  o objetivo acaba por prevalecer sobre o subjetivo, porque este se sujeita a variações e oferece alto grau de incerteza interpretativa e, com isso, confusão. Confusão q ocorre conosco agora, justamente por causa da mistura entre o seu subjetivo e o nosso objetivo (que vc não reconhece, porque tão imerso em sua própria subjetividade a ponto de cegar-se).

Concluindo... existem 2 mundos: o interior, subjetivo a cada um (R00, R99, Rqqrnúmero) e o exterior, objetivo a todos (R123). O exterior é o normal (q conservador, não?), é o padrão, é a intersecção geral, é aquilo q a contracultura tanto tenta nos fazer acreditar q é ruim, porque não reconhece a distância entre esses dois universos, nem compreende sua coexistência dentro da possibilidade da existência de cada um em campos diferentes. Esse lado da vida se pauta por um entendimento neutro e objetivo em sua relação com a realidade, e q reconhece a necessidade de um certo nível de normalidade para um relacionamento saudável com as pessoas. O normal é bom. E é difícil. Essa padronização nos salva de muitos desentendimentos.

Bem, tudo o q escrevi aqui pode ser resumido por uma frase GENIAL que vem do Cristianismo, que pode ser entendida nesse contexto, quando entendemos que o julgamento nasce de impressões: "Não julgueis, para não serdes julgados". É a cura, pela fuga da loucura.

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