sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Ricbit e Habermas

Recentemente tenho visto o Bene Barbosa criticar o consenso que se tenta criar na sociedade de que não devemos reagir a assaltos. Ele está criando uma corrente em contramão, com a idéia de que devemos, sim, reagir. E ele tem suas razões, pois é uma questão de luta de forças e a resistência é um instrumento do qual não deveríamos abdicar, sob pena de perder até mesmo a dignidade (mas é claro que há casos e casos, não se pode falar em resistir ou reagir em qualquer circunstância).

No mundo das idéias esse movimento contrário também é válido: existe uma corrente, mas pode (deve) haver uma contracorrente.

Hoje eu vi um vídeo que me fez pensar nessa questão de correntes. Aqui:



Não pude deixar de me perguntar: isso é o que os  "grandes pensadores" oferecem? Sempre sou levada a concluir que quando esse "pensadores" não falam coisas idiotas, falam coisas óbvias.

Sobre o pensamento de Habermas, é claro que o princípio de toda discussão é a razão. Estranho é pensar o contrário. E discutir com civilidade não é tão utópico nem tão difícil, desde que se tenha um mínimo de maturidade, inteligência e raciocínio lógico.
Agora uma pérola que deixaria Derrida exultante: o poder faz alguma diferença no argumento? Nem vale a pena responder, isso já se torna uma pergunta retórica pela absurdidade de seu conteúdo.

Ok. É isso o que Habermas oferece? O que ele quer com essas idéias brilhantes? (Eu diria que desconstruir a figura da autoridade é quase uma obsessão desses marxistas culturais...) Se não pudéssemos pensar que é uma tática, eu diria que é burrice.

Vamos ao mundo real: o primeiro fundamento de uma discussão pode ser a lei de Ricbit. (Pode ser, pois essa hierarquia não precisa ser muito bem definida. Se for o segundo fundamento está bom também.)
O que Ricbit diz nessa lei também é obvio, mas pelo menos é inteligente e muita gente ainda não entendeu. O que é uma tragédia na vida qualquer um.

Os fundamentos de uma boa discussão estão muito mais para a Lógica do que para a Filosofia. Assim como Bene Barbosa em seu movimento contrário, precisamos lutar contra o consenso de que esses "pensadores" desenvolvem pensamentos que justifiquem sua fama por alguma distinção de raciocínio. Até porque, tudo indica que não foi pelo mérito de algo verdadeiramente interessante que tenham pensado pois, se assim o fosse, não teriam saído da obscuridade.

Fiquem com a lei de Ricbit... e sugiro que reflitam. 

5 comentários:

  1. Essa sua impressão de que os "grandes" pensadores falam o óbvio é interessante. Eu sempre pensei isso. Por outro lado, eles são muito incensados também porque possuem uma cultura fenomenal, o que não me surpreende nem diz tanto, porque na hora é aquele que tem a solução que manda, e não aquele que sabe milhões de línguas. Pelo que sei - até onde fui -, o Habermas não é assim tão básico e óbvio. Lembro-me de que um dia compreendi o que ele queria dizer: que, pelo apoio a mundos que dizem respeito a palavras que só os falantes sabem a que se referem, não é, em última instância, possível o entendimento completo. O que no fundo, pelo que me lembro (vai com calma), é Ricbit! kkkk

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  2. ah, só me toquei disso agora, ok? sobre email, tudo certo.

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  3. Pode ser que não seja tão óbvio e básico, assim como muitos outros, mas eles falam muita besteira no meio de suas complexidades.
    O que Habermas fala sobre consenso tem a ver com Ricbit, sim, dá pra ver até pelo que é dito no final do vídeo acima. Mas tanto a lei de Ricbit como o que diz Habermas (até onde sei) não chegam ao ponto. Ricbit diz que não pode haver conversa quando se parte de paradigmas diferentes e Habermas diz que é necessário que ambas as partes que discutem cheguem a um paradigma comum, para que se entendam. Neste caso discordo de Habermas e concordo com Ricbit, mas defendo ainda um terceiro postulado (Lei de Raka, kkk): ninguém precisa mudar de idéia quanto aos próprios paradigmas, mas é obrigatório ter a flexibilidade mental de olhar pelo paradigma do outro para entender o que ele está falando. É como sair da própria casa e entrar em outra residência, observar as posições dos móveis, verificar as relações entre os elementos, ponderar e retornar. Não é necessário modificar os próprios paradigmas nem deixar de discutir com quem parte de paradigmas diferentes dos nossos. Sou por essa terceira via, que sei que se adotada salvaria muita gente de brigar desnecessariamente.

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  4. Mas não sou especialista em Habermas, não sei de tudo o que ele disse. Minha crítica na postagem é sobre pontos específicos, que já estão dados.

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