quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O coletivismo e a estupidez de ignorar os 3 pontos


A maioria dos ativistas dos movimentos sociais não consegue ver alternativas em sua luta pelo mundo melhor que não passem pelo coletivismo e pela exaltação da identidade (por acaso, pautas de Paulo Freire...).

Sempre quando alguém se opõe aos métodos da militância é visto como o egoísta, o conservador mau que só quer manter sua "supremacia branca". É uma espécie de bullying moral que tenta fazer os "caucasianos" assumirem a culpa por seu passado histórico (muito mal contado) e terem quase vergonha de sua própria cor.

O problema é que o coletivismo não passa pela raiz da questão e sempre se concentra numa briga superficial e inócua. Isso porque querem pensar que a causa está sempre no coletivo, assim como a solução.

Outro dia um amigo fez uma postagem no FB em homenagem ao dia da consciência negra e pediu para eu comentar e desse comentário nasceu o seguinte texto:

"Ok, vou dizer o que acho da sua atitude... boa intenção, parabéns!
Agora vou dizer o que acho desse tipo de atitude: acho que se destina a quem tem algum problema com isso. Tipo aquelas campanhas antitabagistas: é pra quem fuma, fumará ou está propenso a fumar. Não é pra quem não tem nada a ver com isso. Por isso não me toca, mas entendo a importância de tentar fazer acordar os que dormem.

Quanto ao método: é protocolar e nada inteligente porque não vai à a raiz da questão. Se contribui para alguma coisa, não sei. Talvez um pouco, mas é direcionado (à questão racial) e ñ toca nos pontos.

Que pontos?

O preconceito/discriminação racial tem uma raiz com 3 itens que eu identifico:
(Obs.: a maioria dos comentários abaixo se referem à interação entre pessoas que não se conhecem e só cabem a este tipo de situação.)


1 - Rejeição ao ser/estar do outro (empatia "negativa")


Vem de a pessoa não querer ser (ou estar no lugar de) uma pessoa qualquer que conhece ou encontra (seja pelo motivo que for) e por consequência não gostar dela ou rejeitá-la.

Esse não querer ser/estar é motivado pela percepção da diferença, dentro de vários fatores, somados ou não: estéticos, de estilo, de cultura, de status etc., ou seja, tudo o que pode parecer não desejável para a pessoa que observa. A percepção que fornece o sentimento do não desejável pode ser influenciada por vários fatores tb, como culturais (choque de cultura), de gosto pessoal (personalidade, experiências) ou até mesmo por motivos inconscientes (fobias, traumas). Muitas vezes, é por cegueira - a pessoa não olha para as características positivas daquilo que está vendo (ou as subestima), ou olha demais para as negativas (ou as superestima).

Quanto ao não gostar/rejeitar, isso vem de uma empatia que no caso se manifesta de forma "negativa" (que seria algo como não querer estar no lugar do outro), o que nasce de uma junção: o não querer algo pra si + o não gostar desse algo = não gostar da idéia de ter esse algo =>>> não gostar do portador desse algo. Aqui há uma projeção. Quando uma outra pessoa tem ou é algo que não se quer ter ou ser, a tendência é criar um sentimento negativo em relação a essa pessoa, algo como um não gostar. Tem algo a ver com admiração: em nossos instintos mais primitivos, tendemos a gostar do que admiramos e a não gostar do que não admiramos. Difícil é dissociar esse link, ou seja, gostar do outro, um desconhecido, sem levar em conta fatores que causem necessariamente alguma admiração. Essa tendência está ligada à maturidade: pessoas mais imaturas fazem mais essa projeção e pessoas mais maduras fazem menos (ou não fazem).

Desse sistema imaturo de linkagem [não admirar -->> não gostar], nasce um monte de coisa ruim. Não é só a questão racial, é tudo. Disso nasce o sentimento de superioridade, nasce o desprezo gratuito, o desrespeito. As campanhas não tocam nesse mecanismo ou se tocam, tocam de um jeito que não adianta e até produzem mais rejeição.

As lutas contra o preconceito e a discriminação deveriam trabalhar esse processo de linkagem errada. Isso é uma projeção da ignorância, ninguém deveria deixar de respeitar ou de gostar de alguém que não admira ou que esteja em uma posição que não gostaria de ocupar. Há outros motivos maiores... o fato de ser um ser humano, um irmão portanto, cheio de dores e conflitos como todos. Esse sentimento positivo que reside apenas na existência do outro deve ser maior que a aversão causada pela projeção imatura do não admirar ou do não gostar do que o outro tem.


2 - Tomar a parte pelo todo


É o processo de olhar uma pessoa e pensar que ela reproduz a característica do grupo ao qual pertence. Por exemplo, olhar um italiano que ainda nem disse nada e já pensar que ele é do tipo que fala alto e gesticula bastante. Ou ver um japonês e achar que é inteligente e disciplinado antes mesmo de conhecê-lo melhor.
Os problema é quando o grupo não é visto com características muito positivas. Os negros, por exemplo. Pensando coletivamente, em média, eles nunca ocuparam posições privilegiadas na sociedade. Tendo pouco estudo, ocupam em média postos de trabalho menos glamurosos, que pagam menos. E por questões socioeconômicas, são encontrados em maior proporção nos bairros mais pobres. E como a criminalidade está relacionada à pobreza, os índices também não lhes favorecem; a proporção de crimes cometidos por negros é em média maior e por conseguinte, há mais negros presos que brancos. Então a pessoa olha para o indivíduo e, quando é do tipo que toma a parte pelo todo, vê nele todo o reflexo da imagem criada em torno do grupo ao qual ele pertence. E nasce então um preconceito. E se essa pessoa também escorrega no item 1 acima, vai se projetar no outro e processar a empatia negativa.

Uma campanha antipreconceito deveria trabalhar nessa "linkagem", que nasce tão somente da ignorância. Uma pessoa evoluída enxerga o indivíduo como uma unidade separada do todo, única em sua existência, potencialmente linda e maravilhosa (assim como potencialmente horrível e miserável), que pode ter qualidades muito positivas (ou não). As qualidades e defeitos vão aparecendo com o tempo, mas antes de conhecer alguém, tudo é potencial. O preconceito nasce de imagens que as pessoas se dão a liberdade de criar, sem que tenham permissão pra isso. Esse processo deve ser trabalhado.


3 - Concluir pela aparência

Quando a pessoa vê alguém que possui alguma coisa ou característica que denota algo (às vezes é um estereótipo, às vezes não) e transfere a percepção da coisa/característica para o portador. Por exemplo, uma mulher com roupa bem curta, justa e decotada: é puta. Ou loira superenfeitada: é burra. Ou com cabelo joãozinho e roupas não muito femininas: é lésbica. Também nasce daí o preconceito porque a pessoa nem avalia e já julga (e julgar é fazer uma "linkagem"). E se a pessoa não gostar da coisa/característica, incorre no item 1 e recai também na empatia negativa.

São esses os 3 fatores e penso que eles são produto de imaturidade. Então quando eu vejo campanhas como a sua, de postar fotos no FB pra dizer que somos todos iguais, eu acho meio inócuo. A pessoa entende isso racionalmente, e ainda de forna direcionada (questão racial negros-brancos). Só que se não trabalhar o processo de linkagem que ocorre nos 3 itens, continuará igual (ainda que tente se adestrar para sentir a igualdade). Eu não acredito em campanhas identitárias. Eu acredito em campanhas que trabalhem o amadurecimento das pessoas, que toquem a raiz da questão, que é o conjunto dos 3 itens. Assim, o preconceito e a discriminação seriam combatidos para beneficiar a todos igualmente. Idosos, deficientes, putas, negros, albinos, esquimós, índios xingu. Concorda?"

A solução do problema do preconceito não passa pelo coletivismo, mas reside no íntimo de cada indivíduo, na chave de sua imaturidade. A solução pode ser um trabalho de esclarecimento direcionado à população com o uso da mídia, filmes e inserções nos comerciais, mas a solução é individual. Não sou contra campanhas, mas uma campanha direcionada ao coletivo não é coletivismo. A solução, antes de tudo, passa pelo individualismo.

***

Sobre individualismo e coletivismo:

O site Direitas Já fez uns textos muito interessantes sobre o coletivismo e a mentalidade classista. Um tanto ácidos ou talvez agressivos para os mais sensíveis, mas vai ao ponto.


http://direitasja.com.br/2013/05/01/a-droga-da-mentalidade-classista/

http://direitasja.com.br/2013/03/15/mentalidades-coletivistas/

 

16 comentários:

  1. Uma crítica aos coletivistas:

    Eles não tentam quebrar o sistema de linkagem (que é individual), mas revertê-lo a seu favor. No caso do movimento negro, por exemplo, tentam mudar a visão da sociedade para que a linkagem seja feita no sentido da empatia "positiva". O que tentam fazer é uma espécie de mkt étnico. Concordo que seria ótimo que essa empatia "positiva" fosse cada vez maior, mas na prática o que estão fazendo é causar antipatia. Ficam falando em dívida histórica e privilégios quando uma boa parte das pessoas não acredita nessas coisas, por mais que falem, porque há contradições nessas idéias e outras formas válidas de pensar que não vão mudar com nenhuma campanha. E há os movimentos que pregam idéias contrárias (ainda mais agora que a oposição está crescendo), então não haverá uma hegemonia como eles parecem esperar (como se fosse uma solução!). A consequência de campanhas como as da Ocupação Preta, p. ex., é a intensificação da rejeição aos movimentos e por consequência aos próprios militantes, com o reforço da linkagem negativa descrita acima. Eles estão produzindo mais racismo e isso é uma estupidez.

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    1. Exemplo do mkt étnico que comentei
      https://www.youtube.com/watch?v=HyuoxpP2fyE

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  2. Um ponto sobre o passado histórico, que segundo vc é mal contado. No caso ESPECÍFICO dos direitos indígenas, uma fonte, quem sabe a primeira, é o livro "Enterrem meu coração na curva do rio", de Dee Brown. Pelo que diz no prefácio, esse foi o primeiro livro de história focado na questão indígena norte-americana, dos genocídios e tal, e deu origem a uma série de filmes, documentários e - o que te importa - a parte do discurso pró-indígena e hoje parcialmente vitimista no que diz respeito a essa questão. Claro que hoje os derivativos disso dizem respeito a considerar o Johnny Depp um justiceiro por comprar terras que eram indígenas e doá-las etc e tal, e outros quejandos. Mas muito começou, no âmbito mais recente, desse livro. Existem outros, mas pior localizados em termos mercadológicos, como o conhecidíssimo "Enterrem-me em pé", de Isabel Fonseca, ex-ms Martin Amis, que fala da história dos ciganos na Europa e outros lugares. Comentando o vitimismo ou a falsa identidade vitimista, existem muitos indivíduos oriundos dessas origens que ainda hoje sustentam discursos vitimistas ou identitários do tipo "eu me sinto mal em lugares fechados, não consigo ficar num mesmo lugar, simplesmente sumo" e não assumem que eles (os discursos) são simplesmente idiossincrasias mas insistem em se dizerem (a si mesmos) ciganos quando vivem 15 anos no mesmo apartamento de classe média. Claro, isso é simples hipocrisia e miopia, mas eles não assumem isso e, convenhamos, jamais irão assumir. Nisso concordo com vc, em que muitos discursos são mera balela. Mas leia os livros, vai que gosta, são bem escritos e apurados.

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    1. Acho curioso esse aspecto paradoxal do esquerdismo em pregar a conservação das identidades e cultura de cada grupo e ao mesmo tempo se dizer progressista. Esse apego à identidade é tão conservador...

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    2. Paradoxal também é a esquerda pregar o coletivismo e o culto à identidade, que são elementos segregadores (separam as pessoas em grupos), enquanto prega também a defesa da igualdade. Essa incoerência tem uma explicação: a segregação da sociedade em grupos favorece o projeto de poder (à la Sun Tzu), sendo que a igualdade está no nível da idealização, sendo o carro-chefe que dá o tom atrativo à ideologia. É fácil fazer da justiça social um ideal a ser buscado. O problema é quando os ideais não combinam com a tática empregada para, em tese, colocá-los em prática.

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    3. Ok. Como vc vê, suas dúvidas me acrescentam. Em que medida a conservação das identidades e cultura de cada grupo é um ideal progressista ou conservador? Não sei. Sei apenas que no comunitarismo, que era uma das opções naquele debate norte-americano, o qual vc não tá nem a fim de pesquisar, e que originou muito do que vc comenta, o apelo às raízes é tido como algo progressista, na medida em que permite identificar as reais necessidades da política e por referir-se a valores tidos como de esquerda (comunidade, confiança, respeito à vontade do todo, accountability, etc.). Não sou especialista neles, mas o comunitarismo é naturalmente uma bandeira de esquerda, e não de agora. Talvez desde o anarquismo, e da fundação daquelas comunidades autogeridas. Mas uma coisa é certa: seja como for, o apego à identidade, para facções ou mesmo para grupos com interesses definidos, aumenta o seu (deles) poder de ação, e de influência política.

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  3. Todas as questões que você aborda, sendo que como sempre sua iniciativa de pensá-las por conta própria é interessante, e eu sempre disse isso, foram discutidas até o talo nas décadas de 70 e 80, a partir do Uma Teoria da Justiça, do Rawls (a que muitos se referem nem transcrevendo seu nome direito). No caso em especial, houve uma divisão na discussão norte-americana entre normativistas (Rawls), liberais (especial Nozick, recentemente falecido) e comunitaristas (Cohen, Pateman, etc.). Nesse embate, os normativistas ganharam e virou o que virou, um normativismo politicamente correto que, somado a uma luta pelas mentes também já prevista, deu origem a esse vitimismo institucionalizado (essa é uma leitura minha do que aconteceu posteriormente). Se quer saber (e acho que quer), a situação pode piorar ainda mais para os liberais ou para os conscientes do poder do saber, independente da sua origem, pois já ouvi comentários do tempo que levará para a maioria "discriminada" realmente assumir o poder - de fato e das mentes. Não tenho posição a respeito, mas sim em termos de adequação dos argumentos à realidade - individual e política.

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    1. Gostaria de ver que vitória foi essa e com que argumentos os normativistas ganharam, pois muitas "vitórias" em discussões podem ocorrer na base da desonestidade intelectual ou na falta de perspicácia ou de lógica da parte que perde. E ainda, também, muitas vezes não existe vitória, pois é como na Lei de Ricbit… pode haver mais de uma conclusão válida quando há mais de um conjunto de parâmetros válidos.
      Não sei que premissas foram usadas pelos normativistas, mas aqueles que valorizam as premissas do "grupo vencedor" podem dizer que eles venceram, o que não significa que seja verdade. E desinformação existe em tudo, até na literatura. Essa pode ser uma conclusão bastante tendenciosa.

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    2. Raquel, "desonestidade intelectual" em revistas que circularam por anos entre os maiores intelectuais da área da Filosofia é brincadeira sua, só pode ser.

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    3. https://www.youtube.com/watch?v=pQ4vwJFp4cQ

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    4. https://felipepimenta.com/2015/01/24/resenha-os-intelectuais-de-paul-johnson/

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    5. http://videeditorial.com.br/10-livros-que-estragaram-o-mundo

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  4. Isto vai como bônus (não estou sendo arrogante, é quase um exercício de futurologia com base em dados que, em linhas gerais, têm passado centenário). Imagine que os valores que deveriam reger os seres humanos estejam, em linhas gerais, contidos na tríade Liberdade-Igualdade-Fraternidade. Lembra, na década de 80, dos filmes tipo Rambo, Cobra, os do Steven Seagal, etc? Bom, eles exaltavam a liberdade. Com o colapso do regime soviético (não venha me negar isto, please), num sentido de tomar o poder globalmente, a liberdade tornou-se um valor hegemônico, supostamente indiscutível, com alguns resquícios de autoritarismo aqui e acolá - Cuba, que visitei, e da qual tenho relatos e nada singelos; Coréia do Norte, muitos países africanos, vários do leste europeu, etc.). Daí veio a questão da igualdade. Esta nunca foi efetivamente tratada. O socialismo mascarou essa luta, que era adequada num país de abusos milenares (a Rússia), numa disputa pelo poder, pura e simplesmente (claro que com propostas de ordem econômica e social que não deram certo, nem poderiam dar, mas nas quais ainda tem quem acredite). O tempo passou e tudo provou-se balela. Houve candidatos a missionários - Che - que embarcaram nessa, matando e morrendo, e que foram entronizados por muitos de mentes fracas. Mas no fundo nada realmente aconteceu. Daí vieram os normativistas, que obrigaram a lei a se adaptar e a adaptar a realidade, e agora vemos isso, com disputas aqui e acolá, questionamentos (muitos adequados, inclusive parte dos seus e dos meus), e tudo o mais. Mas e a fraternidade? Bom, aqui estamos na questão do amor. Se uma pessoa, um indivíduo, leva décadas para pensar ou mesmo superar questões bobas (tipo, amar é entregar-se, amar é altruísmo, amar pode-se amar por conveniência de convívio apenas, sexo vale só com amor, etc.) imagina com o relacionamento com o semelhante político (ou seja, o ser humano que é cidadão ou que mesmo não é cidadão, ou seja, é estrangeiro)... A questão da fraternidade parece algo restrito ao campo da religião, dos manuais de autoajuda, do relacionamento com base em networking, etc. Cadê a fraternidade? Fraternidade parece algo restrito ao campo do ideal, puro e simples. Platão não falava em fraternidade. Nenhum dos teóricos sérios sequer tocava no assunto. O Rawls restringia-se ao reconhecimento público, etc. Claro, Rawls avançou bastante, mas no campo internacional só conseguiu mesmo chegar à noção de país "decente" (algo que estudei). Percebe o quanto temos de avançar? Agora, pense em milênios. Como fazer com que o ser humano supere a menoridade? Não me restrinjo a falar a você, claro. A questão é bem mais ampla. Pense em todas as disputas dessa forma. Claro, a longo ou médio prazo estaremos mortos. Mas como poderemos lidar com isso? Não crê que as disputas religiosas ainda ocupam o centro do palco? Eu creio nisso. Por isso creio que também é por aí. Não à toa o caráter leigo da educação vem sendo tão questionado. Chau

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    1. Jesus falou em fraternidade. Ame o próximo como a ti, a mensagem é simples. E muito mal entendida, claro. Carece de discussão, sim. E creio nisso não como um valor religioso, mas como um valor social. Jesus poderia ser visto como um pensador.
      Quanto à sociedade, vejo que há avanços. A humanidade caminha para isso, e se houvesse vontade política, caminharia mais rápido. Mas não é o que vejo - a doutrinação nas escolas não trabalha isso da forma como deveria. Antes, criam divisões.
      Se formos olhar para o mundo, tomemos a Dinamarca como exemplo. Lá, as pessoas têm um senso de respeito ao próximo muito mais desenvolvido que em países como o Brasil. Não é necessário haver cobrador de ônibus lá, todos fazem a sua parte porque encaram isso como um dever social, é pelo bem comum, para que tudo funcione bem. Creio que é o objetivo, é para esse estágio que devemos caminhar.

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    2. E mais uma vez, a solução está no indivíduo. A visão dos 3 itens é um ponto de partida para o sentimento da fraternidade. Está no não julgar, no permitir ao outro ser o que ele é. Não temos nada a ver com isso, não sabemos o que levou o próximo a se transformar no que se transformou. Essa visão é um modo de neutralização; é o que possibilita a fraternidade. A partir daí, eliminamos os sentimentos negativos e abrimos espaço para os positivos. A fraternidade é possível, ainda que existam os maus - esses a gente procura identificar e, se necessário, e se possível, os isolamos (a meu ver, maldade é uma escolha consciente - não acredito em fraternidade para com os maus). Mas o pressuposto do bem é válido, temos que pensar que todos são inocentes até que se prove o contrário. Mas é isso que regula o limite da fraternidade: existe uma neutralidade necessária que se mistura a ela. Existe esse ponto de equilíbrio. Creio que é o ponto que deveria ser buscado por todos, assim o mundo se tornaria um lugar bem melhor. E nisso não há nada de revolucionário ou utópico. É apenas evolução.

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