segunda-feira, 22 de junho de 2015

Ai, Frank. (2)





As palavras da foto acima foram ditas por Frank Underwood, personagem da série House of Cards(T1E2, lá pelos 5 minutos). A cena me marcou de forma especial, pois fez-me ver de um jeito diferente o mundo político - não que seja novidade, a gente sabe que todos querem o poder, morrem e matam por ele. É que me lembrei de um vídeo a que assistira havia algum tempo (https://www.youtube.com/watch?v=KgOvbdw8llY), então senti a soma dessas impressões e entendi, de forma mais ampla, o peso que tudo isso tem e as coisas envolvidas: nossa nação e nós. O poder emana do povo e eles bem sabem. A opinião pública é uma força muito poderosa e é como um cavalo selvagem que tiveram a idéia de domesticar. O controle desse "cavalo" é muito importante para a conquista do poder e é algo que custa ser conquistado, então os domesticadores desejam que esse trabalho perdure de forma a não se perder com a alternância da democracia. Essa alternância é um problema para eles, que não governam com boas políticas (pois estão sempre produzindo crises para manter o povo pobre, dependente e cativo) e desta forma há o constante risco de um levante, ou seja, pode ocorrer que um grupo de pessoas descubra a verdade sobre as mentiras envolvidas no processo de "domesticação" e então convença as massas a se oporem, o que faria das eleições um constante risco de perda do controle sobre o Estado. Sendo assim, eles não gostam da democracia. Mas há um jeito de obter poder contínuo e seguro: o Totalitarismo. O problema é que isso não é aceito com facilidade, então é necessário que se tenha uma estratégia de domesticação, de forma que tudo pareça ser feito em prol de causas nobres. Assim, a tese* é fazer uma boa parte da população achar o Governo bom e pedir mais. É como acontece na Venezuela e em Cuba: pelo efeito da propaganda (= lavagem cerebral), muitos ainda defendem seus ditadores. (Parece síndrome de estocolmo...)

Um ponto importante da estratégia de domesticação (que podemos também chamar de doutrinação) é o 'dividir para conquistar'. Ocorre assim:

1 - Maniqueização: Os doutrinadores inventam um pensamento baseado em 2 conceitos: "opressor" e "oprimido".
 
2 - Categorização: Categorizam os "oprimidos" e "opressores" em grupos como: proletários X burgueses (teve um uso primordial no marxismo original), mulheres X homens, negros X brancos, LGBT X heterossexuais, sem-terra X fazendeiros, imperialistas X colonizados etc.
 
3 - Rotulagem do "inimigo": Desmoralizam o "opressor", falando mal de seus valores para denegri-lo ou, de alguma forma, vilipendiando sua imagem, atribuindo-lhe sempre alguma pecha de maldade ou característica negativa.
 
4 - Apelo à libertação: Fazem os "oprimidos" acreditarem que é necessário obter uma libertação. Assim, eles passam a enxergar uma grande causa a defender. Sentem-se impelidos a lutar para recuperar ou conquistar um lugar de direito (ex., a idéia do empoderamento, jargão usado no feminismo e no afroativismo).
 
5 - Estímulo à identidade: Incentivam, então, o sentimento de necessidade de se viver sob o signo de uma identidade, o que vai incentivar o surgimento de diversos movimentos sociais: Feminismo, Afroativismo, movimento LGBT, MTST, MST etc.
 
6 - Estímulo ao coletivismo: Os doutrinadores estimulam também o pensamento coletivista, o que vai levar os doutrinados a acreditarem que precisam se agrupar, sendo uma forma de expressar a identidade que foram estimulados a adotar. Isso leva à multiplicação dos participantes de cada grupo para a formação de massas de manobra em quantidade representativa.
 
7 - Monopolização da virtude: Os doutrinadores se apropriam do discurso do bem e colocam-se ao lado dos "oprimidos" - os discursos se afinam.
 
8 - Apoio aos movimentos: Os doutrinadores dão apoio moral e financeiro aos grupos, motivando-os a acreditar que são agentes importantes na melhoria do mundo (estímulo à mentalidade revolucionária). Eles incentivam a formação dos coletivos e criam prêmios do tipo "ativista do ano", oferecem-lhes as "capas de revistas" ou coisas parecidas. O poder político possibilita oferecer a visibilidade que alimenta vaidades - e isso acaba se transformando em moeda.  Os domesticadores também patrocinam artistas (p.ex., uso da Lei Rouanet para financiar artistas que promovem os temas defendidos pelos domesticadores, especialmente aqueles ligados às identidades) e criam Secretarias de Políticas Públicas apoiando ONGs de defesa da mulher, LGBT etc. Os ativistas são agraciados por diversas benesses governamentais, tornando-se agradecidos e retribuindo com campanhas e ativismo a favor dos doutrinadores.
 
9 - Manipulação da informação/desinformação: os meios de comunicação são manobrados para que os "oprimidos" se vejam como seres em grande desvantagem ou injustiçados, enfraquecidos e deslocados pelos "opressores".  Os episódios que acontecem na sociedade que envolvam violência contra a mulher, racismo, homofobia etc. ganham grande repercussão, geralmente de forma alternada. Ocorre um episódio de racismo e sobe o debate sobre questões raciais. Depois algum homossexual é morto na Paulista e surge o debate sobre homofobia. Depois alguma mulher aparece morta pelo namorado e sobe o debate sobre machismo. Isso tem sido cíclico - é o repetir 1000 vezes até que o povo começe a acreditar que o machismo, a homofobia e o racismo são grandes problemas sociais, muito maiores que na realidade são. Como se a violência contra homens, crianças e idosos fosse menor - isso já raciocinando proporcionalmente. A enganação é grande. Estatísticas são distorcidas, dados são omitidos, MAVs são contratados para atuar em false flags. O cenário é completamente manipulado. Um bom exemplo são os ataques racistas que aconteceram a Maju, Taís Araújo e outras, tendo ocorrido mais recentemente com Preta Gil. No caso de Maju, comprovou-se ser um grupo organizado. Foi revelado que um dos integrantes desse grupo participou  do ataque a Taís Araújo. 
Eles podem manipular os meios de comunicação por  meio de pagamentos (comprando jornalistas/artistas/escritores/"intelectuais" etc.) ou por afinidade ideológica, trocas políticas por benesses, cargos, promoções ou mesmo por intimidação (se o jornalista não seguir as "ordens", pode ser demitido). A manipulação da informação é algo mais do que provado. Aquele episódio do Lula pautando a Carta Capital naquele grampo com o Mino Carta é uma boa prova.
 
As causas são promovidas pela mídia e diversos meios de comunicação, com a contribuição de intelectuais, escritores, publicitários, artistas , jornalistas, professores, que acabam, por fim, servindo ao propósito manipulador de quem tem a hegemonia sobre o meio. As propagandas, a música, o cinema, os programas de TV, jornais, revistas e livros se transformam em instrumentos daqueles que têm o poder de manobrá-los. Esse poder de manobra se chama hegemonia - esse controle é o grande objetivo político dos domesticadores. 
 
Nas escolas, o pensamento maniqueísta "oprimido/opressor" é ensinado aos estudantes que, doutrinados sob a desculpa da função conscientizadora da educação (influência da pedagogia paulofreiriana), são educados dentro da idéia manipulatória da necessidade de se possuir uma identidade a ser representada e protegida pelo coletivo, sendo que muitos, por esse viés, identificam-se como oprimidos, engajando-se em movimentos sociais e abrigando-se nas asas e patrocínios dos políticos "progressistas". Nasce daí a luta cultural contra os conservadores, que são chamados de "opressores" e egoístas que se apropriam do capital e dos processos de produção, além de serem os conservadores "retrógrados" que querem preservar as estruturas opressoras do passado da sociedade, com todo o racismo e o machismo que vem com ele. Os doutrinadores os rotulam como machistas, racistas, homofóbicos e tudo de ruim que for possível (é um meio de manobrar as massas de "oprimidos" contra os "opressores" que eles inventaram). É assim que fantasiam a existência de vítimas e carrascos, num maniqueísmo inventado de jogos de conquista de poder, esquema já ensinado há séculos por Sun Tzu.
(Mais exemplos: http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/09/raio-comunizador.html)  

Essa estratégia representa uma via importantíssima de manipulação da opinião pública. Os "oprimidos" sempre se tornam apoiadores daqueles políticos que se colocam como seus protetores (que na verdade são seus domesticadores); protetores estes que sempre monopolizam as virtudes e se colocam como defensores da democracia e da liberdade de expressão, tomando todo o bem para si, enquanto atribuem todo o mal aos opositores (conservadores/liberais de direita). É constante e intensa a campanha de desmoralização dos opoitores, que são insistentemente apresentados como repressores maléficos (basta ler algumas páginas da revista Carta Capital e sites como o DCM ou o Brasil 247 para sentir o veneno que destilam contra a oposição "reacionária"), o que faz com que os "oprimidos" enxerguem seus protetores (=domesticadores) como grandes paizões, na qualidade de políticos sempre preocupados com o bem-estar social. Tais políticos têm muito sucesso em fazer os "oprimidos" enxergarem as pessoas de direita como uma verdadeira personificação do demônio. Daí tanta adoração ao Lula; chegam ao ponto de desconsiderar ou perdoar as coisas ruins que ele possa ter feito, é quase um endeusamento, uma evolução do "rouba mas faz" do Maluf... é um "rouba mas faz o bem". Um bem que na verdade é um mal, porque suas políticas econômicas nunca são pensadas para a solução e o enriquecimento do país; eles lucram com as crises e querem ver o povo pobre, desnorteado, preocupado em sobreviver e sem tempo pra pensar. 
(Para saber mais http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/08/o-socialismo-do-pt-e-uma-arma-retorica.html)

Esse é o efeito do populismo em sua mais cristalina atuação.

O populismo é muito nocivo a um país e merece muito a nossa atenção, não devemos nos deixar enganar.

Existem outras formas de se fazer populismo, algumas menos maquiavélicas e mais simples, como p. ex. o programa Bolsa Família... mas isso é assunto para uma outra postagem.

Obs.: Não devemos ignorar que as causas defendidas pelos grupos identitários (como as mulheres, afrodescendentes e LGBTs) merecem atenção, pois as discriminações existem. O problema é que há muitas manipulações de dados e grandes distorções que ocorrem para que as massas se tornem manobráveis. Tentam fazer com que os "oprimidos" pensem que a opressão é muito maior e muito mais intensa do que é na realidade. Os veículos da mídia distorcem estatísticas e fazem muito sensacionalismo em cima de diversos fatos e acontecimentos. Isso é algo bastante sério, pois esse é um ponto sensível do processo de lavagem cerebral, é com isso que eles ganham mentes.
Clarion fez dois vídeos interessantes sobre isso
https://www.youtube.com/watch?v=pRVWRhDMuSM
 e
https://www.youtube.com/watch?v=hxH7ZPEgjY8

*** 


Sobre o plano de poder que está sendo conduzido pela esquerda latinoamericana, é certo que, se não houver um impedimento da oposição, caminharemos na direção de profundas transformações sociais, políticas e econômicas. Não sabemos se a intenção é instalar um regime completamente comunista e totalitarista, mas se eles não quiserem ou não puderem fazer algo assim, uma outra opção é o "autoritarismo democrático", coexistente com eleições (o que na verdade já temos hoje e que se chama Socialismo, mas que seria conduzido de forma diferente de como tem sido, mais radical e sob amarras mais fortes do Estado). De todo modo, a manipulação das massas identitárias (feministas, LGBTs, afroativistas, sem-terras etc) acontece - o coletivismo já é uma fórmula de sucesso. 

Por fim, deixo aqui um vídeo que resume bem o que seria esse projeto de Socialismo para o qual caminhamos, algo assemelhado ao que já ocorre hoje na Venezuela.
   



* A tese dos 30% (destacado em rosa na parte 3 - vide o link abaixo)

Parte 3
http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/08/com-palavra-lula.html

***
Roteiro de leitura 
http://sovouseeufor.blogspot.com.br/2015/09/um-roteiro-para-leitura-deste-singelo.html 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

CONTROLE DE OPINIÃO - UM BOM EXEMPLO